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Sa​í​da

by Marcelo Callado

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1.
2.
Verso Vivo 05:06
Quem não morre, envelhece já dizia a mãe de um amigo meu quem não desmama, não cresce saia do buraco onde se escondeu suma e assuma o que se perdeu morreu parafraseio esses versos logo me torno velho nesse segundo que vivo que meu destino seja longo não sendo nunca um covarde
3.
Vi a veia da minha véia vó fazendo biscoito de aveia ela me desemaranhava uns nós desfazia umas teias tinha cabelos cor de neve, que só olhos azuis de mar na areia catava piolhos de imaginação olho na agulha, outro no pão quanto carinho, amor, choros, broncas, risos, dor uma beleza, de um tempo que já passou canto pra ti, pros nossos próximos, outros que virão muitas lembranças que aquecem Assis Bueno 37
4.
mãe é contato, tato toque de mama, mão mão é matéria, mater, materna morada, amor mãe é minha, manha muita manobra, obra medo da morte, mártir noites em claro, claro módica deusa, dádiva diva dos dengos, dada ninhos cabelos, cama doces desvelos, dona muita mistura, mistério tantos afetos, fetos tombos tamanhos, tatame mesmas histórias, memórias Mãe é Maria, maré mais que mania, imã Mãe é mundo, profundo Mãe é mar, amar
5.
Curtavida 03:26
e a vida          vai passando                                     vida longa                                                                  vida curta                                                         o passado, o presente, o futuro                       as vezes        longa                       as vezes        curta                                             longa                                      vida                para   quem                                                            passa                                                           para   um                                                           para   todos                                                           para   ti                                             curta                                            a                                      vida
6.
Borboletas 02:51
Você não quer me namorar, tudo bem eres ingrata, não me amas pra valer então eu quero me lançar a uma nova experiência vou amar as borboletas que alegram os jardins da minha cabeça Eu mereço ser amado, não vou ficar calado sobre esse sofrimento pois bem pior querer ficar aprisionado ao teu lado implorando a sua atenção me fazendo de coitado, sem razão ah! eu não vou não Eu não consigo entender, tudo bem não me faz faltas, eu desprezo seu desprezo então eu sigo à procura de uma nova consciência de amar qualquer alguém que ande torto e não me deixe nessa incerteza eu sou um pescador, um marujo mareado sem olhos de lamento você sabe eu vou nadar sou marinheiro inconsequente, pelo menos sou quem sente não que se arrepende, vou me apaixonar até o fim ah! eu vou sim
7.
Agora Créu 05:24
Cri, cri, cri, creio mais não cê não creu em mim, agora créu agora eu me crio sozinho
8.
À Prova 03:25
a terra à prova tudo em volta é anticlímax nós não, somos clímax uma tremenda visão nossos olhos juntos formam oceanos nos provamos humanos atravessamos a solidão
9.
Simbora 03:21
a chuva lá fora aqui dentro penso em ti na cama na colcha na concha na onda do tempo da hora simbora? teu rosto, silêncio a noite derramada aqui na reza na ronda na renda na dobra do vento da hora Simbora!
10.
Conte Comigo 02:50
vi um som brilhar uma forma natural me tocar se um tom no ar chega pra me tirar de um lugar será que você vai querer se juntar pra dançar, pra curtir criar, vestir uma nova transa que fará sentido ou não conte comigo
11.
O Horror 02:38
A dor, odor, horror cheiro de merda cheio de perdas o ar amor, toque do tambor coração que não pode parar e a vontade de se transmutar transformar é o que há olho no lance o que temos ao alcance? por um dia um passo adiante triste destino assim tão distantes por um fio se foi o romance
12.
Fiz, já está feito não vou mais chorar não, não sou perfeito se quiser que vá tudo existe pra se ter e saber doar nós fomos um meio e isso é o que há vivo, choro, berro o que me condiz tempo só pra nós sinto que vivi feliz vejo e não lamento nosso caminhar não, não sou perfeito se quiser que vá

about

Saída - Marcelo Callado
Novo álbum de Marcelo Callado.

algumas palavras sobre saída, novo álbum do marcelo callado
por nina becker

as paredes da casa do marcelo são lotadas de lembranças. placas de rua, postais, fotos, desenhos fortuitos e posters de amigos, pinturas da nossa filha, cora, fragmentos de camadas de tempos diversos. chama atenção, espetado em uma cortiça, um retrato preto & branco de um adolescente em seus 13 anos tocando bateria. esse adolescente não é o marcelo e, mesmo que pela incrível semelhança física se faça crer que sim, o aparentemente hábil baterista da foto é seu pai, tasso.
não é a única coisa que eles têm em comum. ombros, ao que parece, iguais. daí vemos camisas de linho e casacos bem organizados em cabides. as roupas de seu pai lhe vestem bem - e também seus chapéus, cachimbos, livros, discos, dizeres e tiradas inesquecíveis. marcelo naturalmente veste essas roupas e toca esses discos na sala de sua casa, que tem cortinas também de linho e móveis de madeira escura, como a de seus cachimbos.
o som das suas músicas são como a sua sala, uma riqueza de camadas extemporâneas, algo que ele faz sem esforço, porque são matéria constituinte do seu ser. embora vejamos claramente a influência da música dos anos 60/70 nas suas canções, ele foge à simples reverência copiadora dos modos de outras gerações e não cai na armadilha de se apropriar de meios de produção para adicionar essas camadas artificialmente a escolha consciente por construir um ambiente sonoro mais seco e descomplicado, como se fosse um ensaio na sua sala extemporânea, costuma estar presente na sua obra como uma ideia clara de priorizar a força da canção. em seu novo disco, saída, ele equilibra tudo permitindo que a pura potência das composições sejam o principal assunto. sim, em 2020, callado é um compositor brasileiro que não tem medo da canção. e tudo é muito simples em oferecer a clareza de suas melodias e letras, temas e imagens.
em saída ele reafirma uma intenção que, em conversas informais entre amigos, costumamos chamar de foda-se. o foda-se como um elogio da espontaneidade, de como não se perder no que é supérfluo, de acreditar que em certos casos o verniz formal não valoriza uma canção ou um objeto; o foda-se como qualidade suprema, que ele refina com o tempo, transformando qualquer possível imperfeição em recurso poético. marcelo não titubeia, vai no que para ele é o certo. não à toa é um compositor prolífico, porque não tem tempo para inventar moda e se distrair com isso. seu tempo não vem de outro lugar, porque ele é só seu.

tudo é natureza, canção que abre o disco, sintetiza esse movimento direto, onde o clamor existencial da vida é imperativo. essa assertividade também surge em verso vivo, onde sentimos concretamente a textura do aço das cordas nas linhas ritmadas das guitarras, mas isso não enfraquece de modo algum a delicadeza das suas construções, de sua poesia e conexões afetivas presentes em seus versos, como em assis bueno 37, onde narra momentos de convívio com a sua avó, ou na esperta borboletas, ao mesmo
tempo séria e bem-humorada parceria com ava rocha.
o disco todo revela um tipo de textura típica onde já se reconhece o marcelo, na forma como costura as guitarras com a bateria, como em toque de mãe, e em como sempre vem trazendo também frescor aos
arranjos e formas com a participação de artistas de gerações mais novas que a sua. se afirma também a sua voz cada vez mais precisa, em timbre médio, sem trejeitos ou maneirismos. marcelo canta como fala, sem dar voltas.
mais do que em seus trabalhos anteriores, e especialmente nesse último trabalho, saída se apresenta como um disco redondo, onde marcelo cria, mesmo se valendo de diversas parcerias, um contorno bem definido de climas, temas, vozes e timbres, o que torna a audição em forma de álbum prazerosa e inevitável e acaba sendo uma resistência natural ao modo fragmentado de audição do mundo atual e seus novos formatos.

um lindo vôo para o marcelo e para essas canções!

Ouça também nas principais plataformas de música.

credits

released September 9, 2020

Produzido por Marcelo Callado
Mixado por Iuri Brito
Masterizado por Cacá Lima
Gravado por Marcelo Callado no Vovó Estúdio (RJ) entre março e agosto de 2020

Exceto:
Vozes da Silvia Machete gravadas por Dudinha no Buena Família Studio (SP)
Guitarras da Karin Santa Rosa gravadas por Marcelo Santa Rosa no Estúdio
Capitania do som (Cabo Frio - RJ)
Flautas do Vovô Bebê gravadas por ele mesmo no Estúdio do Vovô (RJ)
Guitarras do Caio Paiva gravadas por Gael Sonkin na casa do Vitor Paiva
Baixo da Ana Frango Elétrico gravado por ela mesma no Eletric Chicken Enterprise Studios
Guitarras, baixo e vozes do Paulo Emmery, gravados por ele mesmo em sua casa.
Cello do Moreno Veloso gravado por ele mesmo no estúdio Casinha
Guitarra do Iuri Brito gravada por ele mesmo.
Todos os instrumentos tocados por Guilherme Lírio, gravados por ele mesmo.
Percussões de Rodrigo Maré gravadas por ele mesmo no Estúdio Maré
Percussões de Pedro Fonte gravadas por ele no Estúdio Fonte
Teclados da Raquel Dimantas gravados por Kelly Diamond no Kelly Diamond Productions
Guitarras do Pedro Sá gravadas por ele mesmo


Equipe capa:

Design: Paula Delecave
Pintura: João Rivera
Foto da pintura: Nelson Monteiro
Foto do Marcelo Callado: Cora Becker

Agradecimentos:
Rosa Barroso, Ava Rocha, Pedro Sá, Daniel Gnattali, Bruno di Lullo, Bem Gil e Pedro Montenegro, Iuri Brito, Mauricio Tagliari, Cacá Lima, Silvia Machete, Guilherme Lírio, Paulo Emmery, Ana Frango Elétrico, Caio Paiva, Raquel Dimantas, Rodrigo Maré, Pedro Fonte, Moreno Veloso, Karin Santa Rosa e Vovô Bebê, Cora Becker, Heloisa Helena Callado, João Rivera, Paula Delecave, Nelson Monteiro e toda família Rivera Monteiro, Benoni, Nina Becker, Duda Mello, Igor Ferreira, Martin Scian, Marcos Thanus, Pedro Azevedo, Gustavo Benjão, Ricardo Dias Gomes, Gabriel Mayall, Renato Martins, Moema Pombo, Pedro Lago, Felipe Demier, Alice Sant'Anna, Fabiana Comparato, Lis Kogan, Bruna Pina, Dyonne Boy, Sarah Abdala e POMAR, Build Up Media, Estevão Casé, Dado Villa Lobos e RockIt!, Beth Araújo, Marisa Gandelman e Evelyne.

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Marcelo Callado Rio De Janeiro, Brazil

Sou o Marcelo e toquei e toco bateria com: Caetano Veloso, Jorge Mautner, Branco Mello, Nina Becker, Silvia Machete, Alice Caymmi, Ava Rocha, Kassin, Canastra, Rubinho Jacobina, Lafayette & Os Temendões, Lucas Santtana, Jonas Sá, Arnaldo Antunes, Zé Bonitinho, Domingos de Oliveira, Do Amor, Carne de Segunda…….
Agora é a vez de lançar meu novo disco "Saída".
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